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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É possível viver sem estômago?



           É sim! Que o digam as irmãs Ravindra, 29 anos, e Meeta Singh, de 25. A família dessas inglesas é uma das cem, no mundo todo, que carregam o gene E-cadherin - o que significa 80% de risco de desenvolver câncer de estômago. Em 2009, após perder vários parentes para a doença, elas fizeram uma gastrectomia (retirada total do estômago). Sem o órgão, o esôfago é ligado ao intestino e a comida segue direto. A ausência de suco gástrico na digestão é suprida pela bile e pelo suco pancreático. "A remoção traz consequências para o paciente, mas a qualidade de vida é satisfatória", conta à ME o médico Simon Drexter, que operou as irmãs. As consequências que Drexter menciona são a perda de peso e a necessidade de tomar vitamina B12 para o resto da vida, além de só poder comer em pequenas porções.
Tem que ter estômago?
É possível sobreviver, com limitações e restrições, sem boa parte de alguns órgãos
Glândulas suprarrenais
Cirurgia de extração - Adrenalectomia
As glândulas que cobrem os rins também podem ser removidas em caso de tumor. O paciente precisa tomar remédios para reposição hormonal
Estômago
Cirurgia de extração - Gastrectomia
O mais comum é remover parte do órgão - quase sempre por causa de câncer. Na ausência total do estômago, a digestão acontece no intestino delgado
Rins
Cirurgia de extração - Nefrectomia
A retirada de um dos rins pode se dar por doença ou em casos de doação. A vida de quem só tem um rim segue normal, mas com menos sal na dieta e fazendo exames de rotina
Intestino
Cirurgia de extração - Enterectomia
Dá para tirar até 5 m de intestino delgado. Com apenas 1 m sobrando, há menos superfície para absorver água e nutrientes, ocasionando diarreia e desnutrição
Pulmões
Cirurgia de extração - Pneumonectomia
Sem um dos pulmões, vive-se com restrições respiratórias. Também dá para retirar alguns lobos que formam os pulmões - ao todo são três no lado direito e dois no esquerdo
Fígado
Cirurgia de extração - Hepatectomia
Se o paciente tiver 1/3 do fígado retirado, o órgão é capaz de se regenerar em até oito anos. A retirada geralmente é motivada pela presença de tumores
Ovários
Cirurgia de extração - Ooforectomia
Dependendo do tumor ou da infecção, retira-se um ou dois ovários. Requer reposição hormonal, mas dá para engravidar só com um deles - sem os dois, só via inseminação artificial
Pâncreas
Cirurgia de extração - Pancreatectomia
Em casos de câncer ou de pancreatite, remove-se parte do órgão. A retirada total requer reposição de insulina e remédios para suprir a falta de enzimas digestivas
• O cólon, parte final do intestino grosso, também pode ser retirado, na chamada colectomia. Desidratação e queimação são comuns nesse caso
CONSULTORIA - Edison Régio de Moraes Souza, professor de medicina da Uerj, e Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)

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