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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Qual foi a primeira favela do Brasil?



          Oficialmente, a pioneira foi a do morro da Providência, surgida em 1897 no centro do Rio de Janeiro. Mas, recentemente, novos estudos sugerem que já havia gente morando em barracos na cidade antes disso. Vamos aos fatos: a ocupação no morro da Providência começou quando cerca de 10 mil soldados que haviam participado da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, desembarcaram na antiga capital do país. Na bagagem, uma reivindicação: eles queriam que o governo desse casas para os veteranos do conflito. Sem grana para criar os tais alojamentos, o governo teria permitido a construção de vários barracos de madeira no morro da Providência, que ficava atrás de um quartel. Essa é a versão mais conhecida. Mas algumas pesquisas indicam que a primeira favela foi outro aglomerado de casas precárias, surgido ainda no ano de 1897, só que alguns meses antes da Providência. O local da favela pioneira seria o morro de Santo Antônio, também no centro. Estudos com documentação da época revelam que, no começo de 1897, já existiriam 41 barracos no local. Fica difícil comprovar essa história porque o morro de Santo Antônio foi destruído para a construção do aterro do Flamengo, nas décadas de 1950 e 1960. A favela da Providência, por outro lado, existe até hoje. Se o pioneirismo é discutível, restam poucas dúvidas sobre a origem do nome "favela". Tudo indica que os primeiros moradores da Providência chamavam o lugar de "morro da Favela" - era uma referência a um morro de mesmo nome que existia em Canudos, recoberto por um arbusto rasteiro também chamado "favela". Com o passar dos anos, a palavra virou sinônimo de uma triste realidade habitacional. Pelas contas do IBGE, mais de 10 milhões de pessoas vivem em favelas, espalhadas em um terço dos municípios brasileiros.
Ela é cariocaBerço das favelas, cidade do Rio tem hoje 1,1 milhão de pessoas em moradias precárias
1897
Soldados que haviam participado da Guerra de Canudos, no interior da Bahia, chegam ao Rio de Janeiro em busca de moradia. Sem ter casas, começam a construir barracos — primeiro no morro de Santo Antônio e, logo depois, no morro da Providência
1903
O governo carioca baixa um decreto que proíbe a construção e o conserto de cortiços, mas tolera a construção de barracões nos morros que ainda não tenham casas. A lei facilita o crescimento das favelas nos morros, ocupados pela população pobre sem moradia
1947
Na pesquisa de recenseamento, o governo reconhece oficialmente pela primeira vez a existência das favelas. Segundo a pesquisa, o Rio tinha 119 favelas, onde moravam cerca de 283 mil habitantes — 14% da população da cidade
1964
A ditadura militar passa a derrubar barracos e a retirar moradores de terrenos valorizados, especialmente na Zona Sul. Entre 1964 e 1974, 80 favelas são destruídas. Os 140 mil desabrigados vão para conjuntos habitacionais nas periferias ou criam novas favelas
Anos 1980
Com o fim da ditadura militar, o governo estadual incentiva políticas de legalização das favelas — e elas voltam a inchar. No fim da década de 1980, calculava-se que um milhão de pessoas viviam nas 545 favelas em toda a cidade
2005
Com 1,1 milhão de pessoas vivendo em favelas, o governo carioca aposta no programa Favela-Bairro, que faz obras de urbanização em mais de cem comunidades pobres. Mas a maioria delas ainda tem graves problemas de infra-estrutura e violência.

domingo, 28 de agosto de 2011

Existem armas proibidas em guerra?



      Sim. As Convenções de Haia e o Protocolo de Genebra - não confundir com as Convenções de Genebra -, elaborados por vários países desde 1899 até o fim da década de 1990, restringem o uso de oito tipos de armas em campos de batalha. Na prática, porém, quase todo tipo de arsenal proibido segue sendo usado em guerras. Os acordos não são levados a sério porque nem todos os documentos foram assinados pelas nações que participaram das discussões. Os EUA, por exemplo, nunca apoiaram o protocolo que proíbe o uso de armas incendiárias desde 1980. Em geral, esses tratados servem para marcar o desfecho de grandes guerras internacionais, funcionando como instrumento de punição aos derrotados - isentando, contudo, vencedores que usaram armas proibidas.
Fora da lei
Oito categorias de armas são proibidas na guerra, mas bombam nos campos de batalha
PROJÉTEIS EXPANSIVOS
A convenção de Haia proíbe, desde 1988, munições destruidoras, como o projétil de ponta oca. Quando atinge um alvo mole, como o corpo humano, a pressão do impacto faz a ponta desabrochar, aumentando o diâmetro da bala e, consequentemente, o estrago causado
MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS
Desde 1977, a Convenção de Genebra proíbe qualquer ato militar que afete ou destrua o meio ambiente. Um caso recente de modificação ambiental foi a queima dos campos de petróleo no Iraque pelos americanos, em 1991 - os EUA nunca foram punidos por isso
ARMAS LASER
Outra proibição preventiva! Até existem armas laser, como o designador. Ele é usado para marcar alvos terrestres, indicando o alvo para mísseis de alta precisão. O que não pode é apontar o laser contra seres humanos, causando cegueira, por exemplo
ARMAS NUCLEARES
Em 1968, o número de bombas atômicas por país ficou limitado pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear. O complemento desse tratado, em 1995, proibiu o desenvolvimento e a aquisição de armas nucleares, além de exigir um desarmamento gradual de países com arsenal atômico
ARMAS INCENDIÁRIAS
Na guerra, em tese, não vale queimar pessoas ou áreas civis. Incendiar instalações militares, por outro lado, é do jogo, desde que o alvo não esteja dentro ou próximo de áreas urbanas. Disparar bombas incendiárias por via aérea também não pode
ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS
A primeira proibição a armas com agentes químicos ou biológicos começou em 1907 - a última versão da convenção é de 1993. Dois exemplos matadores dessa categoria são o gás VX, que mata em 30 minutos, no máximo, e o antraz, que causa infecções e feridas
FRAGMENTOS NÃO DETECTÁVEIS
Algumas proibições são preventivas e rolam antes de a arma ser usada em combate. É o caso de explosivos que estilhaçam em fragmentos impossíveis de ser detectados via raio X. Ou seja, fragmentos metálicos pode, mas granadas ou minas que se partem em pedaços mortais de plástico, nem pensar!
MINAS E ARMADILHAS
O tratado de Ottawa, de 1997, proíbe o uso de minas antipessoais, como a Claymore. O modelo tem uma camada externa com 680 g de explosivo plástico. Na detonação, pequenas esferas de aço são lançadas em alta velocidade, sendo letais a até 50 m da explosão.

sábado, 27 de agosto de 2011

Os pôneis são cavalos anões?



        Não, na verdade é o contrário. "Os outros cavalos é que são supercrescidos", afirma o veterinário Reuel Luiz Gonçalves, membro da Federação Eqüestre Internacional. Para entender melhor essa questão sobre o tamanho dos cavalos, é preciso voltar no tempo. O antepassado comum de todos os eqüídeos, chamado de hyracoterium, tinha o tamanho de uma raposa. A evolução desse ancestral, levando em conta a disponibilidade de alimento, é que deu origem aos mais diferentes tipos de cavalo. Os do tipo sela, ideais para montaria, desenvolveram-se em regiões com predominância de gramíneas e poucos arbustos para se esconder. Com isso, se por um lado tinham à disposição alimento de média qualidade, do outro precisavam ser rápidos e ágeis para escapar de predadores.
Já os cavalos do tipo tração, usados para o trabalho pesado, viviam em regiões de floresta, com predominância de plantas leguminosas, ricas em proteína. Assim, eles tinha alimento de alta qualidade (o que ajudou a desenvolver sua força) e facilidade para se esconder (o que não exigiu um aprimoramento da velocidade). Já os eqüinos que deram origem aos pôneis viviam em regiões de clima inóspito, como o norte da Europa e da Ásia, e tinham uma alimentação muito deficiente, o que barrou o seu crescimento. "Por um processo de seleção natural, só sobreviviam os menores. Esse grupo deu origem a todas as raças de pônei do mundo", diz Reuel. De acordo com a definição mais usual, pôneis são eqüinos que medem menos de 1,47 metro. Mas muitos deles não atingem nem 1 metro, uma diferença e tanto em relação aos cavalos comuns, que, dependendo da raça, podem chegar a até 1,90 metro.
Tudo parenteCavalos, asnos, zebras e pôneis são da mesma família
Família
Equidae
Pertencente à ordem dos perissodátilos (herbívoros com dedos em forma de casco), essa família tem como peculiaridade o fato de possuir só um gênero
Gênero
Equus
É dividido em várias espécies que podem cruzar entre si. Mas esses cruzamentos podem gerar crias estéreis, como as mulas, resultantes da união entre uma égua e um asno
Espécies
Zebras
Existem duas diferentes espécies de zebras, espalhadas principalmente pelo continente africano: a Equus zebra e a Equus grevyi
Asnos
Chamados no Brasil popularmente de jumentos ou burros, os asnos também são divididos em espécies diferentes, como Equus asinus e Equus hemionus
Cavalos
Todos pertencem a uma só espécie, Equus caballus, que tem várias subespécies (ou raças), em que aparecem os diferentes tipos do animal, dos pôneis aos cavalos selvagens

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

De onde vem a palavra nerd?

  

              Nerd é uma gíria e, como a maioria das gírias, é difícil dizer quem a inventou. Há várias teorias. A mais comum é que a palavra foi lançada pelo escritor americano Theodore Seuss Geisel (Dr. Seuss), que criou livros infantis clássicos como If I Ran the Zoo ("Se Eu Dirigisse o Zoológico"), de 1950, no qual apresenta um personagem meio esquisitão chamado justamente Nerd. Em 1951, a revista Newsweek publicou uma matéria sobre os costumes dos jovens na cidade de Detroit, na qual dizia que os jovens "quadrados" (conservadores) estavam sendo chamado de nerds. Se os dois fatos têm alguma relação, é difícil de dizer, mas, ao que parece, a palavra não se popularizou ainda nos anos 50. "Quando eu era jovem, em Nova York, as pessoas que gostavam muito de estudar eram chamadas de egg heads (cabeças de ovo)", diz o lingüista John Robert Schmitz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), hoje com 70 anos, que cogita outra origem para a palavra. "Existe no idioma inglês a gíria nurt, que designa pessoas loucas. Nurt pode ter originado a palavra nurd, usada com o mesmo sentido de nerd", diz Schmitz. Há ainda os que defendam que N.E.R.D era a sigla que funcionários da companhia canadense de telecomunicações Northern Electric Research and Development (ou Nortel) levavam no bolso da camisa. No Brasil, o termo se popularizou com o filme a Vingança dos Nerds, de 1984, no qual um grupo de CDFs decide peitar os jovens mais populares da faculdade.

sábado, 20 de agosto de 2011

Por que o gago não gagueja quando canta?



            Porque o ato de cantar envolve duas ações que ajudam a driblar a gagueira. A primeira é que não precisamos pensar muito para interpretar uma música. Como a letra já está lá, prontinha, basta decorá-la para poder soltar a voz. Isso inibe o problema porque a gagueira costuma aparecer mais na hora de fornecer informações novas ou de emitir um juízo de valor, por exemplo. Por essa razão, a gagueira não some apenas com a música, mas também quando a pessoa fala algo que já treinou antes ou dá uma resposta bem conhecida, citando os dias da semana ou os meses do ano. O segundo fator é que, quando cantamos, usamos mais o hemisfério direito do cérebro, que concentra as habilidades artísticas, enquanto a fala está mais ligada à metade esquerda. A ajuda do lado direito diminui as falhas que geram a gagueira. "Essas falhas acontecem por causa de problemas no sistema auditivo e por uma falta de sincronia no sistema nervoso, que faz com que a pessoa deseje falar uma coisa, mas acabe não conseguindo.
No gago, é como se todos os sons viessem na ponta da língua ao mesmo tempo e a pessoa não conseguisse escolher um só", diz a fonoaudióloga Ana Maria Alvarez, uma das autoras do livro Tratando a Gagueira. Os ritmos sonoros ainda podem ser usados como recursos terapêuticos para, aos poucos, transformar a fala em um ato automático.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Qual é a melhor posição para dormir?



           A chave da questão é garantir que a espinha permaneça o mais ereta possível. Para isso, existem duas posições especialmente recomendadas. A primeira é deitar de lado, o que exige cuidado na escolha do travesseiro. Ele tem que acomodar a cabeça de forma que ela acompanhe a altura da coluna - não pode, portanto, ser nem muito alto nem muito baixo. A posição fica melhor ainda com outro travesseiro entre os joelhos, para ajustar os quadris, também mantendo-os alinhados com a espinha. A segunda opção é dormir com a barriga para cima. Nesse caso, porém, o travesseiro deve ser mais baixo, apenas para apoiar a cabeça. "Se a pessoa sente alguma dor, pode colocar um travesseiro sob os joelhos. Isso faz com que a coluna fique mais ereta ainda", afirma o ortopedista Alexandre Sadao Iutaka, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esses cuidados, porém, não adiantarão nada se o colchão estiver com a espuma ou com as molas desgastadas.
"O ideal é um colchão de espuma bem firme, cuja densidade esteja de acordo com o peso e a altura da pessoa. Se ele for de molas, deve ser trocado assim que apresentar sinais de desgaste", diz Alexandre. Em contrapartida, a pior posição para dormir é deitado de bruços, o que deixa a espinha completamente encurvada, do pescoço até a região lombar, causando torcicolo e dor de cabeça, além de dores acentuadas na coluna. A longo prazo, a curvatura constante das vértebras acaba comprimindo e desgastando os amortecedores entre elas, resultando na dolorosa hérnia de disco.
Noite FelizDe lado ou de costas, o essencial é manter a coluna vertebral ereta
Nesta posição, o ideal é o travesseiro ser um pouco mais baixo, para evitar que o pescoço fique curvado
O travesseiro não pode ser nem muito alto e nem muito baixo. Ele deve acomodar o pescoço alinhado com a coluna
O travesseiro por baixo das pernas causa uma leve flexão dos joelhos, deixando a coluna na posição correta
Também é recomendável colocar um travesseiro entre as pernas. Ele ajeita os quadris deixando a coluna mais ereta.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quanto tempo se pode viver só com pão e água?


             É difícil estimar, pois vai depender do estado nutricional e de saúde da pessoa, mas há relatos de gente que viveu anos só a pão e água, embora com péssima qualidade de vida. Segundo a nutricionista Vanderli Marchiori, da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva, é extremamente arriscado alguém limitar sua alimentação a apenas esses dois componentes. "Essa dieta não satisfaz nossas necessidades nutricionais, pois o pão só tem carboidrato e precisamos ingerir também proteínas e gorduras", diz. Os primeiros reflexos dessa dieta maluca são perda de massa muscular, queda de cabelos, ressecamento da pele e, no caso das mulheres, suspensão da menstruação. Depois, os problemas ficam mais graves. Os órgãos vão dando sinais de falência e a pessoa passa a sofrer de fadiga e anemia, fica sujeita a infecções e tem lapsos de memória e sono intenso. Em seguida, rins e fígado param de funcionar, culminando num colapso do coração. Parece inacreditável, mas há relatos de idosos mantidos por meses somente a pão e água em asilos geridos por pessoas inescrupulosas.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Por que temos pesadelos?



       Eles são um sinal de que algo não vai bem no departamento psicológico, indicando conflitos interiores, questões mal resolvidas ou excesso de ansiedade. "Existem casos que são fruto de um trauma. Se, por exemplo, uma pessoa foi assaltada e não quer mais sair de casa, ela terá pesadelos que a farão reviver a situação - como se o cérebro enviasse a mensagem de que ela tem que passar por aquilo de novo, até superar seu medo. Outro caso comum é o de pessoas muito ansiosas, que, geralmente, sonham com situações difíceis, mas possíveis, no dia-a-dia (nada de monstros ou criaturas fantasiosas!), como perder a hora ou sofrer uma perseguição", afirma a psicóloga Vânia Sartori, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os casos mais graves são os de indivíduos que sofrem de medos patológicos - como a chamada síndrome do pânico e fobias em geral - e, por causa disso, têm pesadelos quase todas as noites.
No outro extremo está a ansiedade mais simples, como costuma ocorrer, por exemplo, na véspera de um vestibular. Outra fonte comum de pesadelos são traumas do passado - em geral da infância - que permanecem gravados no subconsciente.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Escrever em linguagem de internet vicia?



         Ainda não há nenhuma pesquisa séria para saber se as redações de escola ou outros textos produzidos fora da internet foram contaminados com "vc", "axim", "naum"... Mas muitos especialistas acreditam que a galera consegue deixar o "internetês" só no mundo virtual. "Os jovens não confundem, não. Eles sabem que essa linguagem econômica só é adequada para os ambientes digitais", diz a lingüista Maria Irma Hadler Coudry, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Um bom indício dessa percepção rolou aqui mesmo na mundo estranho. Na edição de julho deste ano, perguntamos aos leitores: "Vc axa q a próxima secaum Internet deveria ser escrita desse jeito, tipo msn?" A enquete teve quase 2 mil votos, e 56% da galera decidiu que "naum" - ou melhor, não. "A língua escrita não vai acabar. O que pode acontecer é surgir uma outra variedade, como o ‘internetês’, mas a língua culta e essas variedades vão continuar convivendo", diz Maria Irma. Nada impede, porém, que a "linguagem msn" influencie a língua portuguesa. A palavra "você", por exemplo, surgiu a partir de seguidas abreviações da expressão "vossa mercê", que passou primeiro para "vossemecê", depois para "vosmecê", até chegar à forma atual, aceita na boa na linguagem escrita. Será que um dia essa história não termina num "vc"?
A última do portuguêsNosso idioma já passou por duas grandes reformas ortográficas e se prepara para a terceira
ALFABETO ENXUTO
A reforma ortográfica de 1943 eliminou o K, o W e o Y da língua portuguesa. Além disso, quem escrevia até então "theatro", "commercio" e "pharmacia", por exemplo, passou a escrever "teatro", "comércio" e "farmácia". A reforma buscou aproximar o português aqui do Brasil do português de Portugal, que já tinha feito sua reforma em 1911.
MUDANÇA POUCo ACENTUADA
Uma nova reforma ortográfica ocorreu em 1971, mas foi bem menos radical. Ela basicamente decretou o fim do acento circunflexo diferencial nas letras "e" e "o". Ahn!? Não entendeu nada? A gente explica: é que até 1971, seu avô e sua avó escreviam "côr" e "êle". Hoje, você manda direto "cor" e "ele", sem os acentos circunflexos.
TERCEIRA VIA
Muita gente não sabe, mas desde 1990 rola o projeto de uma nova reforma ortográfica. A idéia é que ela sirva para unificar a língua dos oito integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Até agora, essa terceira reforma — que pode tirar o trema de "tranqüilo" e o hífen de "pára-quedas" (que ainda perderia o acento) — não saiu do papel.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Qual é o animal mais forte do planeta?


          Antes de decidir qual o bicho mais poderoso do mundo, é preciso estabelecer um critério comparativo entre os principais concorrentes. Nós, de Mundo Estranho, optamos por entregar o troféu ao animal que conseguisse levantar a carga mais pesada em relação à sua massa. Com base nisso, o ganhador é o besouro-rinoceronte, nome dado a várias espécies de besouros da família dos Scarabaeidae. Esse inseto de apenas 13 centímetros é capaz de suportar nas costas um volume equivalente a 850 vezes o peso de seu corpo! Para dar uma idéia do feito desse animalzinho, é como se um homem de 70 quilos pudesse carregar algo que pesasse 60 toneladas, o peso de 60 fuscas juntos. Também conhecido como besouro-elefante ou besouro-hércules, nosso vencedor é encontrado principalmente em florestas tropicais. O apelido "rinoceronte" surgiu porque o bicho tem uma espécie de chifre na sua cabeça - assim como os enormes mamíferos africanos, os besouros também usam essa haste para lutar. E, se você apostou todas as suas fichas na certeza de que o elefante era o animal mais forte do planeta, resta um consolo: em termos absolutos, nenhum ser vivo consegue superá-lo em termos de força. Afinal, os elefantes suportam cerca de 2 mil quilos. Mas isso equivale a apenas 33% de seu peso - bem menos, em termos percentuais, do que a carga levantada pelo pequenino besouro-rinoceronte.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Por que os gatos dormem tanto?



          Os cientistas ainda não conseguiram desvendar totalmente por que esses felinos passam pelo menos a metade do dia dormindo. Uma das hipóteses levantadas é o fato de os gatos serem, por natureza, caçadores. Assim, instintivamente, eles poupariam o máximo de energia para o momento de uma eventual caçada, mesmo que isso seja pouco provável na vida dos animais domesticados. Estudos revelam que os gatos alternam momentos de sono leve (cerca de 70% do tempo) com períodos de sono profundo, quando podem ser observados movimentos rápidos dos olhos - sigla REM, em inglês. Esse movimento, também presente no sono humano, é um indicativo de que os bichanos podem ter atividades oníricas, ou seja, sonhos. A maior parte dos especialistas acredita em tal hipótese e o fato de os gatos mexerem as patas e as unhas, agitarem as orelhas e fazerem estranhos ruídos na fase de sono REM seria evidência desses sonhos.
Outra curiosidade a respeito do descanso do animal é o estado de atenção conservado por ele. Mesmo dormindo, o bichano acorda rapidamente ao primeiro sinal de perigo. Talvez por isso, ao contrário de nós, os gatos não apaguem por longos períodos. Eles dormem curtos intervalos ao longo do dia, podendo totalizar em alguns casos mais de 16 horas de olhos fechados. Na média, porém, o descanso fica em 12 horas diárias. Parece muito, mas num ranking de sonecas, elaborado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o gato só aparece na 18a posição. Confira quem são os reis do cochilo no quadro ao lado.
Nem tão soneca assimO bichano tem fama, mas não está entre os primeiros no ranking dos dorminhocos
Animal - Morcego-marrom (Eptesicus fuscus)
Horas de sono diárias - 19,9 horas
Animal - Tatu-canastra (Priodontes giganteus)
Horas de sono diárias - 18,1 horas
Animal - Gambá americano (Didelphis virginiana)
Horas de sono diárias - 18 horas
Animal - Cobra píton (Phyton sp.)
Horas de sono diárias - 18 horas
Animal - Macaco-da-noite (Aotus trivirgatus)
Horas de sono diárias - 17 horas
Animal - Bebê humano
Horas de sono diárias - 16 horas
Animal - Tigre (Panthera tigris)
Horas de sono diárias - 15,8 horas
Animal - Musaranho-da-árvore (Tupaia glis)
Horas de sono diárias - 15,8 horas
Animal - Esquilo (Sciurus vulgaris)
Horas de sono diárias - 14,9 horas
Animal - Sapo-do-oeste (Bufo boreas)
Horas de sono diárias - 14,6 horas

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Qual o local mais visitado do mundo?



            A atração turística mais visitada do mundo é a Times Square, em Nova York. É a região onde fica a Broadway, com seus inúmeros teatros e letreiros luminosos. Sozinho, por ano, a Times Square recebe 35 milhões de turistas, entre americanos e gringos. Já no ranking dos países mais populares, o campeão é a França, que recebeu 79,1 milhões de turistas em 2006, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT). Os dados só computam turistas que chegam de fora - o movimento de turistas dentro de um mesmo país não entra na conta. No ranking global, o Brasil não empolga: com 5 milhões de visitantes, ficou em 37º lugar, atrás de países como Croácia (22º) e Cingapura (29º). Alguns países ganharam simpatizantes de um tempo para cá. A Turquia, por exemplo, recebia apenas 7,1 milhões de turistas em 1995, contra 18,9 milhões em 2006. Já a Polônia perdeu visitantes: em 95, recebeu 19,2 milhões de turistas, número que caiu para 15,7 milhões em 2006. :>D
Os endereços favoritos...Dos cinco lugares mais bombados, dois são parques da Disney
1. TimeS square
LOCALIZAÇÃO - New York, EUA
TURISTAS POR ANO - 35 milhões
2. National Mall & Memorial Parks
LOCALIZAÇÃO - Washington, EUA
TURISTAS POR ANO - 25 milhões
3. Disney World’s Magic Kingdom
LOCALIZAÇÃO - Lake Buena Vista, EUA
TURISTAS POR ANO - 16,6 milhões
4. Trafalgar Square
LOCALIZAÇÃO - Londres, Inglaterra
TURISTAS POR ANO - 15 milhões
5. Disneyland Park
LOCALIZAÇÃO - Anaheim, EUA
TURISTAS POR ANO - 14,7 milhões
Fonte: revista forbes traveler
...E os países mais popularesNações européias ainda são as preferidas
POSIÇÃO - 1º
PAÍS - França
TURISTAS RECEBIDOS EM 2006 - 79,1 milhões
POSIÇÃO - 2º
PAÍS - Espanha
TURISTAS RECEBIDOS EM 2006 - 58,5 milhões
POSIÇÃO - 3º
PAÍS - EUA
TURISTAS RECEBIDOS EM 2006 - 51,1 milhões
POSIÇÃO - 4º
PAÍS - China
TURISTAS RECEBIDOS EM 2006 - 49,6 milhões
POSIÇÃO - 5º
PAÍS - Itália
TURISTAS RECEBIDOS EM 2006 - 41,1 milhões
Fonte: organização mundial do turismo

sábado, 6 de agosto de 2011

Por que sentimos cócegas?



         As cócegas são uma reação de autodefesa do organismo diante de alguma coisa que toca a pele. Os cientistas acreditam que elas sejam uma resposta primitiva do ser humano, existente desde os nossos antepassados. Essa espécie de instinto divertido funcionaria como um alerta para o corpo, estimulando-o a reagir diante de uma situação de perigo, como, por exemplo, uma aranha ou um escorpião andando sobre a pessoa. Além disso, as cócegas também servem como uma manifestação de carinho entre algumas espécies animais, como os macacos. "Pessoas que têm uma percepção mais aguçada do corpo normalmente sentem mais cócegas", afirma o neurologista Luiz Celso Pereira Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo. E por que a gente não consegue fazer cócegas em nós mesmos? Simples: porque nosso cérebro sabe quando provocamos um estímulo em nós mesmos e acaba anulando a "sensação de perigo" que dispara as cócegas.
Risada nervosaÁreas do corpo com mais receptores táteis são as mais sensíveis
1. Nossa pele está repleta de receptores táteis, que são terminações nervosas responsáveis não apenas pela captação do estímulo das cócegas mas também de sensações de dor, coceira, frio ou calor
2. Algumas áreas do corpo, como as axilas e a plantados pés, têm uma concentração maior desses receptores. Por isso, são regiões mais sensíveis às cócegas. Nesta foto, as áreas marcadas são aquelas com mais receptores táteis
Regiões mais sensíveis
• Palma das mãos
• Planta dos pés
• Abdômen
• Axilas
• Nuca
• Orelha
• Virilha
3. No cérebro, os impulsos nervosos são reconhecidos por uma região do córtex cerebral chamada de giro pós-central. A resposta imediata é um comando que faz a pessoa realizar movimentos bruscos do corpo e dar gargalhadas. São as cócegas
4. Dependendo da forma como a pela é tocada nestas regiões, os receptores captam o estímulo e o transformam num impulso nervoso. Percorrendo feixes nervosos - as chamadas vias de sensibilidade tátil -, esse impulso chega ao cérebro

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Como era a vida em um harém?



       Não era uma orgia maluca como alguns pensam. Pelo contrário, a coisa era tão organizada que tinha até escala para escolher a mulher que passaria a noite com o dono do harém. Havia também uma hierarquia, dividindo a mulherada em escravas, amantes e esposas oficiais. Hoje em dia, apesar de um certo tabu sobre o tema, ainda funcionam esquemas semelhantes a haréns em regiões mais conservadoras de países árabes. Nada, porém, que se compare ao que rolou no palácio Topkapi entre os séculos 16 e 17. Situado na atual cidade de Istambul, na Turquia, o palácio, que era sede do Império Otomano, abrigou o mais famoso harém do mundo, que chegou a contar com até mil mulheres! A maior parte delas chegava lá como prisioneiras de guerra, escravas comercializadas e até como presentes de outros líderes ao poderoso sultão otomano. Atualmente, as centenas de aposentos desse harém histórico estão abertos para visitação. Entenda como a coisa toda funcionava. : - )
CASA DA SOGRA
Mulher mais poderosa não era nenhuma esposa, nem odalisca, e sim a mãe do sultão
AS OUTRAS
Elas despertavam menos atenção que a esposa "favorita", mas outras três mulheres também ganhavam o direito de ser esposas do sultão. Esse status garantia luxos como quartos e eunucos particulares para cada uma delas.
PÔ, MANO!
Como podiam estar de olho no trono, os irmãos do sultão moravam em um aposento isolado, com vista para o harém, mas sem acesso ao mulherio. Por outro lado, alguns convidados do sultão podiam receber a honraria de ganhar uma odalisca de presente.
PRIMEIRO EMPREGO
As odaliscas ocupavam o cargo hierarquicamente mais baixo entre as mulheres do sultão e tinham também que fazer os serviços domésticos, como cuidar da limpeza. As que mais se destacavam podiam ser "promovidas" a amantes (concubinas)
AMANTES OFICIAIS
As concubinas eram as mais belas e educadas escravas, que cantavam e dançavam para o sultão. Em geral, tinham direito a só uma noite de amor com ele. Mas, se engravidassem, viravam amantes regulares - por supostamente serem mais férteis para gerar herdeiros.
ORA, BOLAS
Para evitar que uma mulher tivesse um filho que não fosse do sultão, os funcionários do palácio eram castrados e davam adeus a seus testículos. Havia tanto eunucos negros como brancos. Estes, normalmente capturados na Europa, assumiam funções administrativas.
PERDA TOTAL
Os eunucos negros eram escravos africanos que cuidavam da segurança das mulheres. O convívio próximo a elas custava-lhes a retirada não só dos testículos mas também do pênis! Era o chefe dos eunucos negros quem conduzia as amantes para os aposentos do sultão.
TODO-PODEROSO SULTÃO
Durante o dia, preocupado em liderar o império, o sultão quase não tinha contato com a mulherada toda que havia à sua disposição. Sexo mesmo só nas noites de amor e com uma mulher de cada vez - nada de chamar várias odaliscas para uma farra...
CHEFE DE FAMÍLIA
A verdadeira dona do pedaço era a mãe do sultão. Além de participar da administração do palácio como conselheira, ela selecionava as candidatas a ingressar no harém e escolhia as garotas que teriam direito a uma noite de amor com seu filho, na suíte imperial.
A FAVORITA
Entre as esposas oficiais, havia a "favorita", que era a segunda mulher mais poderosa do harém. Seu grande sonho era ver o filho assumir o trono quando o sultão morresse. Mas sempre havia o risco de o sultão indicar como herdeiro um filho com outra esposa.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É possível viver sem estômago?



           É sim! Que o digam as irmãs Ravindra, 29 anos, e Meeta Singh, de 25. A família dessas inglesas é uma das cem, no mundo todo, que carregam o gene E-cadherin - o que significa 80% de risco de desenvolver câncer de estômago. Em 2009, após perder vários parentes para a doença, elas fizeram uma gastrectomia (retirada total do estômago). Sem o órgão, o esôfago é ligado ao intestino e a comida segue direto. A ausência de suco gástrico na digestão é suprida pela bile e pelo suco pancreático. "A remoção traz consequências para o paciente, mas a qualidade de vida é satisfatória", conta à ME o médico Simon Drexter, que operou as irmãs. As consequências que Drexter menciona são a perda de peso e a necessidade de tomar vitamina B12 para o resto da vida, além de só poder comer em pequenas porções.
Tem que ter estômago?
É possível sobreviver, com limitações e restrições, sem boa parte de alguns órgãos
Glândulas suprarrenais
Cirurgia de extração - Adrenalectomia
As glândulas que cobrem os rins também podem ser removidas em caso de tumor. O paciente precisa tomar remédios para reposição hormonal
Estômago
Cirurgia de extração - Gastrectomia
O mais comum é remover parte do órgão - quase sempre por causa de câncer. Na ausência total do estômago, a digestão acontece no intestino delgado
Rins
Cirurgia de extração - Nefrectomia
A retirada de um dos rins pode se dar por doença ou em casos de doação. A vida de quem só tem um rim segue normal, mas com menos sal na dieta e fazendo exames de rotina
Intestino
Cirurgia de extração - Enterectomia
Dá para tirar até 5 m de intestino delgado. Com apenas 1 m sobrando, há menos superfície para absorver água e nutrientes, ocasionando diarreia e desnutrição
Pulmões
Cirurgia de extração - Pneumonectomia
Sem um dos pulmões, vive-se com restrições respiratórias. Também dá para retirar alguns lobos que formam os pulmões - ao todo são três no lado direito e dois no esquerdo
Fígado
Cirurgia de extração - Hepatectomia
Se o paciente tiver 1/3 do fígado retirado, o órgão é capaz de se regenerar em até oito anos. A retirada geralmente é motivada pela presença de tumores
Ovários
Cirurgia de extração - Ooforectomia
Dependendo do tumor ou da infecção, retira-se um ou dois ovários. Requer reposição hormonal, mas dá para engravidar só com um deles - sem os dois, só via inseminação artificial
Pâncreas
Cirurgia de extração - Pancreatectomia
Em casos de câncer ou de pancreatite, remove-se parte do órgão. A retirada total requer reposição de insulina e remédios para suprir a falta de enzimas digestivas
• O cólon, parte final do intestino grosso, também pode ser retirado, na chamada colectomia. Desidratação e queimação são comuns nesse caso
CONSULTORIA - Edison Régio de Moraes Souza, professor de medicina da Uerj, e Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Qual é o país mais distante do Brasil?



       Depende da região do Brasil tomada como ponto de partida. Se sairmos do centro geográfico brasileiro, que fica em Barra do Garça, no Mato Grosso, o ponto mais distante fica em um trecho de mar, próximo das Filipinas, a mais de 20 mil quilômetros. Mas, saindo de São Paulo, o ponto mais distante, também no mar, está mais perto do Japão do que das Filipinas. Para chegar a essas conclusões pegamos as coordenadas (latitude e longitude) de Barra do Garça e de São Paulo e calculamos suas coordenadas antípodas (exatamente opostas). É como se cavássemos um buraco, passássemos pelo centro da Terra e chegássemos a um ponto do outro lado do planeta - esse seria o tal antípoda. Como dois terços do globo são tomados pelos oceanos, na maior parte dos testes que fizemos - partindo de diferentes cidades brasileiras - chegamos a um antípoda aquático, em algum trecho do oceano Pacífico. Veja no quadro ao lado onde ficam os pontos mais distantes de uma capital de cada região brasileira.
Do lado de láCada ponto do globo terrestre tem seu oposto
CIDADE BRASILEIRA - São Paulo
DISTÂNCIA (KM) - 20 032,16
LOCAL ANTÍPODA - Pedaço do oceano Pacífico, a leste das ilhas de Okinawa, no extremo sul do Japão
CIDADE BRASILEIRA - Fortaleza
DISTÂNCIA (KM) - 20 037,38
LOCAL ANTÍPODA - Trecho do oceano Pacífico ao norte de Papua-Nova Guiné
CIDADE BRASILEIRA - Brasília
DISTÂNCIA (KM) - 20 035,03
LOCAL ANTÍPODA - Pedaço do oceano Pacífico a leste das Filipinas
CIDADE BRASILEIRA - Porto Alegre
DISTÂNCIA (KM) - 20 029,11
LOCAL ANTÍPODA - Pedaço de mar do leste da China, a oeste das ilhas Tanega--Shima, no sul da ilha principal do Japão
CIDADE BRASILEIRA - Manaus
DISTÂNCIA (KM) - 20 037,42
LOCAL ANTÍPODA - Mar entre as ilhas de Bornéu e Sulawesi, que pertencem ao arquipélago da Indonésia.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Como era um banheiro na Antiguidade?



            Banheiros no interior de casas começaram a surgir ainda no terceiro milênio antes de Cristo. Escavações arqueológicas mostraram vestígios dessas construções em cidades localizadas no oeste da atual Índia. No Ocidente, porém, a história do banheiro teve uma evolução bem diferente. Na Grécia do século 5 a.C., por exemplo, as residências não contavam com toaletes e os gregos preferiam mesmo era se aliviar ao ar livre. Isso ainda ocorria na Roma do início da era cristã, quando também era comum o uso de penicos. Mas, se não gostavam de banheiros privados, os romanos adoravam fazer suas necessidades em público, em construções comunitárias anexas a termas. A expansão do Império Romano levou esse conceito do banheiro público a outras partes do mundo antigo. Mas, quando a grande potência se enfraqueceu, a partir do século 5, esse tipo de construção caiu em desuso. Dentro das residências, os banheiros só começariam a se popularizar na Europa em 1668, quando o Comissariado de Polícia de Paris, na França, emitiu um decreto determinando que todas as casas construídas na cidade a partir dali deveriam ter esse importante cômodo.
Tem gente!Locais eram públicos e contavam com esgoto, mas a higiene era feita na raça
Trono caprichado
Foi no Egito, em torno de 2100 a.C., que surgiram as primeiras latrinas usadas por pessoas sentadas, criando um padrão empregado até hoje. Cerca de mil anos depois, habitantes da ilha de Bahrein, no Golfo Pérsico, inventaram um mecanismo pioneiro de descarga hidráulica
Tudo pelo cano
A civilização de Harappa, que viveu no oeste da Índia por volta de 2500 a.C., já tinha latrinas com água corrente. Elas eram ligadas a canais construídos com tijolos e faziam parte de um sistema sanitário que incluía câmaras e bueiros. Grandes complexos de esgoto seriam feitos nos primeiros anos da era cristã pelos romanos
Ele & Ela
Na Roma antiga, os banheiros públicos, além de servir para reunir pessoas, também eram freqüentados tanto por homens como por mulheres. Só não há registros históricos precisos que apontem se latrinas lado a lado, por exemplo, eram compartilhadas por indivíduos de sexos diferentes
Alívio coletivo
Os romanos implantaram banheiros públicos, associados às casas de banho. Era costume entre eles promover debates, banquetes e encontros cívicos em latrinas coletivas, instaladas em grandes bancadas de pedra. Embaixo delas passavam os canais de água corrente, usados para carregar os dejetos até rios distantes
Limpeza difícil
Nos banheiros primitivos, não havia preocupação em oferecer ao usuário material para higiene íntima. O jeito era as pessoas se limparem com o que estivesse à mão, como água, grama e até areia! O papel higiênico só seria inventado em 1857, nos Estados Unidos, por Joseph Cayetty, que pela primeira vez lançou no mercado esses rolos de papel macio.