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quinta-feira, 24 de março de 2011

Até quanto vai a escala Richter?


          Pode até soar assustador, mas, matematicamente, ela não tem limite. Na prática, o maior terremoto registrado aconteceu no Chile, em 1960, e chegou a 9,5 graus nessa medição. O abalo foi provocado pelo contato entre placas tectônicas ao longo de 965 km da costa chilena, mas como essa zona de atrito poderia ser maior, os graus podem subir indefinidamente. “Medimos sismos há pouco tempo (desde 1900) para estabelecer esse valor máximo”, afirma Afonso Vasconcelos, professor de geofísica da USP. Em 1998, cientistas detectaram um terremoto no Sol com magnitude equivalente a 11,3 graus. Na Terra, um sismo dessas proporções chacoalharia o chão 90 vezes mais do que no tremor chileno.

MEDIDAS DRÁSTICAS

Conheça outras escalas usadas para medir fenômenos (e seus estragos)
SEGURA A ONDA
ESCALA Beaufort 
CRIAÇÃO 1805
Mede a velocidade de ventos em terra firme, mas foi feita para ajudar navegantes. Quando o mar parece um espelho, registra-se o nível mais baixo. Já no estágio máximo, o 12, as ondas têm mais de 14 m e a visibilidade é nula por causa da espuma e dos borrifos d’água. No nível 9, que você confere na figura, os ventos ficam entre 76 e 87km/h

CALADA NOITE PRETA
ESCALA de Bortle 
CRIAÇÃO 2001
Mede a escuridão da noite e a visibilidade das estrelas. Começa pelo paraíso dos observadores: céu bem escuro e só a luminosidade natural da atmosfera. No último nível (9), fica a cidade grande, com poucos astros visíveis. Aqui, retratamos o nível 5: mesmo com alguma claridade, dá para ver a Via Láctea no horizonte

INSÍPIDA, INODORA... E SÓ
ESCALA Forel-Ule 
CRIAÇÃO 1889
Esta serve para classificar a cor da água, indicando sua qualidade e os materiais dissolvidos nela. A medição é feita pela comparação do líquido testado com pequenos vidros de água colorida, que variam do azul ao marrom, passando por tons de verde e amarelo. Entre as 21 cores usadas, um mar azul como este entra no patamar 6

DE GRÃO EM GRÃO
ESCALA de Wentworth 
CRIAÇÃO 1922
Existe medição até para tamanho de partículas. A tabela vai de grãos que medem no máximo 4 micrômetros (argila) até os que passam de ínfimos 256 milímetros (matacão). A areia, por exemplo, fica no nível 3, entre 60 micrômetros e 2 mm

É O ARMAGEDOM
ESCALA de Turim 
CRIAÇÃO 1999
Categoriza o risco de colisão entre um asteroide (ou cometa) e a Terra. Impactos muito
improváveis são indicados pela cor branca. No extremo oposto está o vermelho, só para 
desastres certos, que ameaçariam o futuro da civilização. Mas fique tranquilo: uma catástrofe dessas acontece só uma vez a cada 100 mil anos 

E O VENTO LEVOU
ESCALA de Fujita 
CRIAÇÃO 1971
Avalia os estragos de um tornado. Vai do F0, com ventos que não passam de 117 km/h, ao F5, com intensidade suficiente para levantar carros e destruir prédios. Como o tamanho não determina a intensidade, é possível que um tornado F3 (como este da ilustra) seja pequeno e potente, chegando a arrancar árvores do chão

ABALOU BANGU
ESCALA de Mercalli 
CRIAÇÃO 1902
Também ligada aos terremotos, ela quantifica o estrago causado pelo tremor. Enquanto a Richter é mais científica, esta guia-se pela mera observação. Vai do sismo que nem é sentido (nível I) à destruição total (nível XII). O tremor de 7 graus que atingiu o Haiti, em janeiro do ano passado, ultrapassou o nível X. Nesta ilustração, você confere o nível VII

PERIGO RADIOATIVO
ESCALA Internacional de Eventos Nucleares
CRIAÇÃO 1990
Defi ne a gravidade de uma catástrofe nuclear, na própria usina ou durante o transporte ou utilização da radiação. O primeiro grau classifica um pequeno contato com o material atômico. Já o pior nível, o 7, equivale ao desastre de Chernobyl, na ex-URSS, que expôs 8,4 milhões de pessoas à radiação só na principal região afetada, em 1986
Com 2,7% de chance de bater na Terra, o asteróide Apophis chegou ao nível amarelo da tabela, patamar mais alto já registrado

FONTES ONU (Organização das Nações Unidas), Nasa (Agência Espacial Americana), ESA (Agência Espacial Europeia), USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos), Departamento de Engenharia de Minas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), revista Sky and Telescope

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