Tudo indica que isso seja resultado de uma adaptação evolutiva dos mongolóides, grupo biológico da espécie humana ao qual pertencem quase todos os orientais. Pelo menos é o que pregam as teorias científicas mais aceitas na atualidade. De acordo com essas hipóteses, a chamada fenda palpebral (o espaço entre a pálpebra superior e a inferior) é menor em japoneses, chineses, coreanos e outros povos por uma questão prática. "Provavelmente, esse traço deve ter sido uma vantagem para os habitantes de regiões frias, já que sua função é parecida com a dos óculos usados pelos esquiadores, que possuem um visor em forma de fenda para reduzir a luminosidade refletida pela neve. Essa explicação parece ser bastante lógica, porque os mongolóides surgiram em uma área gelada no norte da Ásia no final da última era glacial, há cerca de 10 mil anos", afirma o antropólogo Walter Neves, da USP.
De fato, como o mar branco das regiões frias rebate até 85% da luz solar que chega à superfície, quem mora nesses lugares pode ter problemas de vista a longo prazo. "A radiação ultravioleta refletida pela neve pode causar cegueira momentânea, além de catarata e lesões de retina. Isso explicaria a predominância daqueles que têm olhos puxados na seleção natural", diz o oftalmologista Élcio Sato, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Não custa lembrar que, mesmo com a fenda palpebral mais fechada, os orientais enxergam perfeitamente.
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