Porque o ato de cantar envolve duas ações que ajudam a driblar a gagueira. A primeira é que não precisamos pensar muito para interpretar uma música. Como a letra já está lá, prontinha, basta decorá-la para poder soltar a voz. Isso inibe o problema porque a gagueira costuma aparecer mais na hora de fornecer informações novas ou de emitir um juízo de valor, por exemplo. Por essa razão, a gagueira não some apenas com a música, mas também quando a pessoa fala algo que já treinou antes ou dá uma resposta bem conhecida, citando os dias da semana ou os meses do ano. O segundo fator é que, quando cantamos, usamos mais o hemisfério direito do cérebro, que concentra as habilidades artísticas, enquanto a fala está mais ligada à metade esquerda. A ajuda do lado direito diminui as falhas que geram a gagueira. "Essas falhas acontecem por causa de problemas no sistema auditivo e por uma falta de sincronia no sistema nervoso, que faz com que a pessoa deseje falar uma coisa, mas acabe não conseguindo.
No gago, é como se todos os sons viessem na ponta da língua ao mesmo tempo e a pessoa não conseguisse escolher um só", diz a fonoaudióloga Ana Maria Alvarez, uma das autoras do livro Tratando a Gagueira. Os ritmos sonoros ainda podem ser usados como recursos terapêuticos para, aos poucos, transformar a fala em um ato automático.
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