Dá para simplificar o sistema assim: o coração dessas usinas, o reator nuclear, usa a energia contida no interior do átomo para, simplesmente, ferver água. Daí para a frente, tudo funciona como em uma usina a vapor qualquer, movida a carvão ou petróleo: o vapor d’água gira uma turbina, que movimenta um gerador, produzindo energia elétrica. A primeira usina nuclear do mundo foi inaugurada em 1954, em Obininsk, na antiga União Soviética. Hoje, esse tipo de tecnologia fornece 17% da energia elétrica do mundo. Uma vantagem das usinas é que podem ser construídas em qualquer lugar – não dependem, por exemplo, de um rio, como as hidrelétricas. Além disso, o combustível que move as usinas nucleares – em geral, o urânio – é abundante e bastam alguns quilos para gerar uma energia equivalente à queima de um prédio de cinco andares cheio de gasolina. A principal desvantagem são os diversos tipos de resíduos e materiais radioativos que elas produzem. Esse chamado "lixo nuclear" precisa ser armazenado cuidadosamente, pois oferece riscos de contaminação durante centenas de anos. Outro problema são os acidentes. Os casos mais conhecidos são os das usinas de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979, e de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. "O tipo de reator usado no Brasil, nas usinas Angra I e Angra II, é o mais seguro de todos. Nunca se registrou nenhum acidente com ele", diz o engenheiro José Itacy Nunes, da Eletronuclear, empresa s
Proteção total
Quatro tipos de barreiras evitam que a usina contamine o ambiente
Edifício do reator
Em forma de cúpula, é feito de concreto reforçado para resistir a colisões e ataques
Parede de aço
Tem três centímetros de espessura e impede que materiais radioativos escapem em caso de acidente
Vaso de pressão
É a primeira embalagem de segurança para proteger o núcleo do reator. O de Angra II tem paredes de aço de 25 centímetros de espessura
Blindagem radiobiológica
Essa parede de concreto e chumbo, com 1,5 metro de espessura, barra os raios gama e os nêutrons que eventualmente possam vazar.
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