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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Por que os ossos e os dentes não se decompõem após a morte?


            Porque essas partes do corpo são compostas de minerais, material que não faz parte do cardápio das bactérias que nos digerem no cemitério. Esses seres unicelulares alimentam-se de matéria orgânica - a que compõe nossos tecidos, formada basicamente por átomos de carbono. É exatamente nessa atividade bacteriana que consiste o processo de putrefação. Já os ossos e os dentes são formados por compostos inorgânicos, em que predomina o fosfato de cálcio, substâncias que não apodrecem. Isso, porém, não significa que elas não sejam alteradas com o passar dos anos. "O que acontece com os ossos e os dentes é a substituição de um mineral por outro, ao longo do tempo", diz o fisiologista José Carlos de Freitas, da USP. Trata-se de um processo de fossilização que demora milênios: no lugar do material original entram os minerais presentes no terreno onde estiver o cadáver.

domingo, 27 de novembro de 2011

Qual é o bicho mais comilão?



       Sem dúvida nenhuma, o bicho que come a maior quantidade de alimento por dia é a baleia azul, não por acaso o maior animal do planeta. Para manter seu corpo colossal em funcionamento, ela ingere cerca de 8 toneladas de comida diariamente, o que corresponde a 5% de seu peso total. Entre os animais terrestres, o campeão é o elefante, que abomina qualquer tipo de carne e se empanturra de capim e outros vegetais. Mas esses dois só podem ser considerados campeões se levarmos em conta a quantidade absoluta de comida. Quando o critério é a relação entre o peso do bicho e a ingestão de alimento, o título de maior comilão do mundo vai para um pequeno mamífero de apenas 3,5 centímetros de comprimento, o musaranho pigmeu. Dono de 30 afiados dentes, ele praticamente vive para comer. Na lista das espécies boas de garfo que você confere abaixo, deixamos de fora insetos, vermes e outros parasitas, devido à escassez de informações sobre o "cardápio" desses animais.
Apetite animalNa hora da fome, os musaranhos pigmeus podem devorar uns aos outros!
Baleia azul
Nome científico - Balaenoptera musculus
Peso - 150 toneladas
Quanto come por dia - 8 toneladas
Alimento preferido - Um pequeno crustáceo encontrado em águas geladas chamado krill
As baleias azuis passam o verão em águas polares e comem sem parar nessa época. O apetite dos filhotes também impressiona: eles mamam até 600 litros de leite por dia
Musaranho Pigmeu
Nome científico - Suncus etruscus
Peso - 2 gramas
Quanto come por dia - O equivalente ao próprio peso
Alimento preferido - Aranhas, insetos, vermes e larvas
Encontrado na África e na Europa mediterrânea, esse bicho morre se ficar algumas horas sem comer. Na falta de alimento, eles devoram uns aos outros
Homem
Nome científico - Homo sapiens
Peso - 70 kg (adulto)
Quanto come por dia - Cerca de 1,5 quilo
Alimento preferido - Variado
O homem não é tão esfomeado e aparece no banquete para efeito de comparação. Diariamente, ele come o equivalente a 2% de seu peso
Elefante africano
Nome científico - Loxodonta africana
Peso - 9 toneladas
Quanto come por dia - 100 quilos
Alimento preferido - capim, folhas, cascas de árvores e raízes
O maior dos mamíferos terrestres vive em florestas tropicais e savanas. Quando falta comida, ele pode avançar sobre as plantações. Um filhote mama até 100 litros de leite por dia.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Que espécies humanas conviveram na pré-história?



           O ser humano por definição - ou seja, o Homo sapiens, a espécie de que fazemos parte - apareceu há cerca de 200 mil anos. Na pré-história, ele conviveu por um bom tempo com duas espécies consideradas "humanas não-modernas". A primeira era o Homo neanderthalensis, ou simplesmente homem de neandertal, surgido cerca de 230 mil anos atrás e desaparecido há 28 mil anos. A segunda espécie que conviveu com o sapiens, o Homo erectus, era ainda mais primitiva: ela apareceu há 1,8 milhão de anos e sumiu há cerca de 30 mil anos. Os cientistas acreditam que tanto o sapiens quanto o neandertal sejam descendentes do Homo erectus. O grande mistério é saber por que o neandertal e o Homo erectus foram extintos, mas o sapiens continua firme e forte até hoje. Os antropólogos têm pistas para matar a charada. "O marco principal foi a revolução criativa ocorrida há 45 mil anos. A partir daí, o Homo sapiens começou a trabalhar melhor com objetos, construindo novas armas e ferramentas, criando formas rudimentares de arte e, principalmente, desenvolvendo uma linguagem", diz o especialista em antropologia biológica Walter Alves Neves, da Universidade de São Paulo (USP). No infográfico ao lado, a gente volta 45 mil anos no tempo e imagina um duelo entre o sapiens e o neandertal. Compare as espécies e veja por que só uma sobreviveu para contar história.
Uga uga fightingSapiens era mais frágil que o neandertal, mas ganhava a briga com suas invenções
SAPIENS
Cérebro - O volume craniano de 1 330 cm3 indica um cérebro equivalente ao nosso. Isso possibilitou que o sapiens desenvolvesse a fala e um sistema de comunicação eficiente
Armas - Além de pedras, o sapiens usava ossos para fabricar armas mais afiadas e precisas. Seu arsenal incluía lanças compridas, que o neandertal não tinha
Corpo - O sapiens pré-histórico era fisionomicamente bem parecido com a gente. Medindo cerca de 1,70 metro e pesando 70 quilos, ele era mais esguio e ágil que o neandertal
Roupas - Há indícios de que o sapiens tenha criado as primeiras agulhas, essenciais para confeccionar roupas resistentes para encarar o frio
Trabalho - Os homens caçavam, e as mulheres cuidavam de pequenas plantações e faziam artesanato. Elas saíam pouco e podiam proteger as crianças
Sociedade - O sapiens vivia em grupos grandes, com centenas de pessoas, o que ajudava na defesa das aldeias e elevava a sobrevivência nas migrações
Alimentação - O sapiens tinha um cardápio balanceado: ele não era tão dependente da carne, pois também comia vegetais, aprendendo a encontrar cada planta e a melhor época para a coleta
NEANDERTAL
Cérebro - Era praticamente do mesmo tamanho que o do sapiens. Mas os antropólogos acreditam que as áreas da fala não eram tão desenvolvidas quanto as nossas
Armas - Os neandertais também tinham machadinhas, facas e lanças. Mas como as pontas eram de pedra, elas não eram tão fáceis de construir quanto as armas de ossos do sapiens
Corpo - Medindo cerca de 1,60 metro, o neandertal era mais baixo e mais robusto que o sapiens. Os braços eram mais longos, os dentes maiores e as pernas podiam ser duas vezes mais grossas
Roupas - Feitas de peles de animais, não eram tão resistentes quanto as dos sapiens. Mas o corpo robusto do neandertal dava proteção extra contra o frio
Trabalho - Não tinha divisão bem definida. Homens e mulheres iam caçar, deixando os filhos desprotegidos. Uma em cada quatro crianças morria antes de atingir a idade adulta
Sociedade - Um grupo de neandertais tinha de 8 a 25 pessoas e era mais vulnerável a ataques externos. Para piorar, a comunicação por meio de grunhidos era pouco eficiente
Alimentação - A carne representava 85% do menu do neandertal. Sua tática de caça era primitiva e se baseava no corpo-a-corpo com os bichos, dificultando a captura das presas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O álcool atrapalha ou ajuda na transa?



        Existe um mito de que bebida alcoólica e sexo fazem uma boa dupla. Mas, na maioria das vezes, isso não passa de lenda. Em geral, acontece exatamente o contrário: beber demais atrapalha o desempenho sexual das pessoas. Vamos aos fatos. Doses baixas de álcool têm, inicialmente, efeito estimulante: a pessoa se sente mais desinibida, deixa de lado a timidez e consegue chegar mais em outras pessoas. Ou seja, o poder da "cantada" fica mais forte. Mas não se engane, esse é um efeito transitório, que pode passar rapidamente se novas doses de bebida forem consumidas. A partir daí o álcool começa a mostrar sua verdadeira vocação: ele é um potente depressor do funcionamento do sistema nervoso central. Quem bebe demais pode ficar com reflexos lentos, voz arrastada, sonolência e comportamentos impróprios. Na hora do sexo não podia ser diferente! Quem passa da conta fica sem capacidade adequada de avaliar situações. Assim, a pessoa facilmente pode levar "gato por lebre", escolhendo parceiras com quem não ficaria normalmente. Além disso, fica mais difícil alcançar e manter uma ereção e o beberrão ainda pode passar horas sem conseguir chegar "lá". Com as mulheres também há uma piora na resposta sexual: excitação, lubrificação, prazer e orgasmo ficam prejudicados. Isso sem contar que aumenta o risco de não usar camisinha e de não conseguir lembrar o que aconteceu na noite anterior... Se, por um lado, a aproximação talvez fique mais fácil com o álcool, por outro, há uma chance muito maior de o desempenho sexual desapontar. E de que vale ter a(o) parceira(o) mais bonita(o) do mundo se, na hora H, não se consegue mostrar serviço?
* Médico psiquiatra e estudioso da sexualidade humana

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Quem inventou o sutiã?



       É praticamente impossível dizer quando ele surgiu e quem foi seu verdadeiro autor: o sutiã - palavra que vem do francês soutien gorge ("sustentador de seio") - tem quase dois milênios de história. "Mosaicos romanos dos séculos III e IV da Era Cristã mostram mulheres usando uma faixa de tecido sobre os seios chamada strophium, muito semelhante aos atuais sutiãs sem alça", diz o historiador João Braga, que dá aulas de História da Moda na Faculdade Senac, em São Paulo. Apontar o nascimento da versão moderna da peça também não é tarefa fácil. A partir do final do século XIX apareceram, principalmente nos Estados Unidos e na França, vários desenhos de sustentadores de seios. O problema é que a novidade nunca empolgava as mulheres. Nessa corrida criativa, quem se deu melhor foi a socialite americana Mary Phelps Jacob. Em 1914, talvez por sua popularidade na sociedade nova-iorquina, ela conseguiu tornar famoso um modelo feito com lenços de seda amarrados por faixas. Um ano depois, Jacob obteve a primeira patente do sutiã, oficializando seu status de inventora do produto. Nas décadas seguintes, embora tenha evoluído muito, a peça passaria por momentos difíceis. No final dos anos 60, as feministas queimavam sutiãs em suas passeatas, numa metáfora para os pedidos de libertação da mulher. Nos anos 90, eles apareceriam como vilões do câncer de mama após a publicação do livro Dressed to Kill, no qual os pesquisadores americanos Sydney Ross Singer e Soma Grismaijerin afirmavam que o uso da peça reduzia a eliminação de toxinas dos seios, aumentando a chance de desenvolver a doença. Essa teoria, porém, está longe de ser uma unanimidade entre os especialistas, mas a maioria afirma que as mulheres podem usar seus sutiãs sem culpas.
Biografia da peçaDa Roma antiga ao incrível modelo em spray
SÉCULO III - PRIMEIROS REGISTROS
Mulheres romanas faziam atividades atléticas usando uma faixa de tecido chamada strophium. Mas modelos parecidos já eram usados séculos antes na Grécia para amarrar os seios e facilitar o movimento dos braços das mulheres
1893 - TEMPOS MODERNOS
Mary Tucek faz o primeiro desenho de sutiã com modelagem semelhante à atual, com bojos separados, alças para os ombros, e preso na parte de trás por colchetes. A criação, apesar de prática, não emplacou por falta de maior divulgação
1907 - O TERMO BRASSIÈRE
A palavra brassière - de onde vem o termo bra, como o sutiã é conhecido em inglês - aparece pela primeira vez na revista Vogue. "Na França, porém, brassière é o nome de uma camiseta curta, como os tops modernos", diz o coordenador de moda do Senac, José Gayegos
1912 - A VEZ DO ELÁSTICO
A comerciante francesa Herminie Cadolle, que daria o nome a uma marca de lingerie, desenvolve uma nova peça para sustentar os seios. O modelo também não conquista o público, mas traz uma contribuição fundamental para o futuro do sutiã: o uso do elástico
1914 - SAI A PATENTE
Para usar um vestido decotado, a socialite americana Mary Phelps Jacob amarra com faixas dois lenços de seda para segurar os seios. A idéia pega em Nova York e, no ano seguinte, Jacob obtém a primeira patente do gênero, consagrando o nome brassière
1928 - 38, 42, 46...
Nos Estados Unidos, a imigrante russa Ida Rosenthal cria a numeração para o tamanho do busto, que determina o bojo do sutiã. Ela também desenvolve modelos realçando os seios, num protesto contra as melindrosas dos anos 20 e seus bustos pequenos
1951 - SUTIÃ DE NÁiLON
Material sintético inventado pouco antes da Segunda Guerra Mundial, o náilon, originalmente usado para fazer pára-quedas, vira matéria-prima fundamental na produção de lingerie. Nos anos seguintes, as palavras sutiã e náilon se tornam quase inseparáveis
1978 - VERSÃO ADESIVA
Os anos 80 no Brasil chegariam com a moda do modelador de seios, um par de adesivos para sustentar o busto
1990 - MAIS VOLUME
O wonder bra, ou "sutiã maravilha", projetado para dar destaque máximo aos seios, tornando-os mais firmes e de aparência bem mais volumosa, é a grande sensação da moda íntima feminina durante a década de 90
2001 - MODELO INVISÍVEL
A grife francesa Yves Saint-Laurent lança o sutiã em spray! O Haute Tenue é um líquido à base de proteína de soja, que promete reforçar as fibras elásticas da pele, dando firmeza ao busto. Será o início da era dos sutiãs invisíveis?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

É verdade que o leite pode inibir a ação de venenos?



         Muito pouco. O máximo que ele pode fazer é ajudar a neutralizar e amenizar um pouco sua ação. Em caso de intoxicação, a primeira coisa a se fazer é procurar um médico e não buscar soluções caseiras. Existem venenos que atuam diretamente no local, causando lesões no esôfago e no estômago quando entram em contato com a mucosa. "Nesses casos, beber leite pode ajudar a proteger as paredes dos órgãos afetados, atenuando as lesões enquanto a pessoa está a caminho do hospital", diz o gastroenterologista Heitor Rosa, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia. Já nos casos de ingestão de venenos de ação sistêmica - como são chamados aqueles que penetram a corrente sanguínea logo após a ingestão - o leite não pode ajudar. "Enquanto o tóxico está no estômago, ele pode até neutralizar um pouco sua ação, mas sem interferir na absorção do veneno pelo organismo", diz Heitor. Por isso, se for uma picada de cobra ou de escorpião, nem adianta tomar leite, pois o veneno obviamente entra no corpo não pelo estômago, mas por outro caminho.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Para que serve o hímen?



         Biologicamente, para nada. Pode até ser que essa película, presente na entrada do canal vaginal, ajude a prevenir infecções genitais em crianças, mas nada cientificamente comprovado. O hímen surge no início do desenvolvimento do embrião feminino, formado do resquício da tampa vaginal – quando o órgão genital ainda não tem abertura externa. Apesar de ser usado para indicar virgindade, ele nem sempre é rompido com a relação sexual. Absorvente interno, andar de bicicleta, masturbação e outros motivos também podem perfurá-lo. Além disso, somente algumas mulheres apresentam sangramento quando o hímen se rompe, já que isso depende da quantidade de vasos sanguíneos que irrigam a membrana, o que varia de pessoa para pessoa.
BEM NA ENTRADA
Conheça os tipos de hímen e suas características
ANULAR
É o mais comum. Tem uma membrana fina, com apenas um orifício no meio, geralmente rompido na primeira relação sexual. Pode ou não causar sangramento
COMPLACENTE
Película grossa e muito elástica, com um orifício no centro.Dificilmente se rompe em relações sexuais e só deixa de existir quando a mulher tem filhos por parto normal
CRIBRIFORME
Poucas mulheres apresentam este tipo de hímen. Em vez de apenas um orifício ao centro, ele tem vários furinhos pelos quais passa o fluxo menstrual
IMPERFURADO
Muito raro. Não há orifícios e as meninas que têm este tipo de hímen precisam fazer uma cirurgia para abrir passagem para o fluxo menstrual e para as relações sexuais. A cirurgia do hímen imperfurado é feita logo após a menarca – primeira menstruação
CONSULTORIA Aarão Mendes Pinto Neto, do departamento de tocoginecologia da Unicamp

sábado, 12 de novembro de 2011

Qual é o peso da Terra?



          Nenhum! Para começo de conversa, é preciso entender a diferença entre peso e massa. O que normalmente chamamos de peso - o número de quilogramas exibido quando subimos na balança - é, na verdade, nossa massa: a quantidade de matéria de que somos constituídos. Já a definição correta de peso é a atração entre um objeto qualquer e a Terra - portanto, essa atração não pode ser calculada em relação a ela mesma. A massa do planeta, sim, pode ser calculada por meio das leis da Física descobertas por Isaac Newton. Foi ele quem percebeu que a atração entre dois corpos no espaço é afetada por suas massas e pela distância entre eles, estabelecendo a lei da gravitação universal. Segundo ela, um mesmo objeto pode ser atraído por uma força na Terra (seu peso) e por outra menor na Lua, que tem massa menor. "O cálculo da massa terrestre - igual a 6 x 1024 kg - foi resolvido em 1798 por Henry Cavendish, cientista inglês que partiu das leis de Newton", diz Eder Cassola Molina, do Intituto Astronômico e Geofísico da USP.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jogador de rugby sofre AVC e acorda gay



      O jovem Chris Birch, de 26 anos,  estava fazendo graça para os amigos e acabou sofrendo um acidente. Ao tentar dar um mortal no meio de um campo, caiu, quebrou o pescoço e teve um derrame. O então jogador de rugby de 120 kg sobreviveu, mas acordou se sentindo diferente. “Quando despertei, passei imediatamente a me sentir atraído por homens”, afirmou à imprensa local. Na época, Birch era noivo de uma garota e trabalhava em um banco. Hoje, desfila seus 70kg, se diz feliz com seu visual mais despojado e com a nova profissão de cabeleireiro. Ele terminou o noivado e atualmente mora com o namorado em um apartamento em cima do salão onde recebe seus clientes. De acordo com o neurologista de Birch,  o cérebro faz novas conexões no período de recuperação de um AVC. Esse processo pode despertar as pessoas para sensações até então desconhecidas, como uma sexualidade diferente. Birch declarou, ainda, que jamais voltaria atrás: hoje leva uma vida muito mais divertida do que antes.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Por que a caixa-preta dos aviões é laranja?



        Por que chama mais a atenção. Em caso de acidentes, a caixa-preta – que guarda os dados do voo – precisa ser rastreada em locais de difícil acesso, como o fundo do mar. Por isso, além de ser laranja, ela carrega duas tiras fosforecentes, que refletem a luz. A expressão caixa-preta vem da década de 50, quando os circuitos eletrônicos do avião eram agrupados em compartimentos, mas o termo correto é Flight Data Recorder (em inglês, “ gravador de dados do voo”). “Como o funcionamento dos circuitos era obscuro, as caixas ficaram conhecidas como black boxes, já que a cor preta remete ao desconhecido”, explica Hildebrando Hoffmann, professor de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS. E o apelido pegou justo na única caixa que, por convenções mundiais de aviação civil, é obrigatoriamente da cor laranja. Em média, uma caixa-preta utilizada por aviões comerciais tem 13 cm de altura por 12 de comprimento, podendo pesar cerca 5 kg. Feita com uma liga de titânio e resina, a caixa suporta temperaturas de até 1100º C.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Que invenções de guerra a gente usa hoje em casa?



         Do computador ao chocolate, é enorme a lista de produtos criados para fins militares e depois adaptados para o uso no dia-a-dia. "Quase todos os materiais de nosso cotidiano empregam alguma tecnologia bélica", afirma o engenheiro João Luiz Hanriot Selasco, diretor do Instituto Nacional de Tecnologia, no Rio de Janeiro. Faz sentido - e se pensarmos bem, vamos encontrar o tempo todo produtos usados tanto na guerra quanto na paz. "Na cozinha, encontramos imediatamente a faca, que pode matar alguém ou só cortar um legume. É uma via de mão dupla - há passagens constantes do civil para o militar e vice-versa", diz o historiador Gildo Magalhães, da Universidade de São Paulo. Nestas páginas, reunimos os seis produtos mais inusitados que passaram do campo de batalha para a sala de estar. Limitamos a lista às inovações surgidas nos séculos 19 e 20 - e não ultrapassamos os muros de casa, senão teríamos de incluir coisas como o radar e a ultra-sonografia. Os avanços das pesquisas no mundo militar afetam, claro, os setores diretamente relacionados com a briga em si, como a fabricação de munições ou armamentos. Mas essa evolução sempre respinga nas tecnologias civis. Por exemplo, quando acabou a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o setor industrial dos Estados Unidos havia dado um salto tanto nos modos quanto na capacidade de produção. A idéia inicial era tornar as fábricas eficientes para detonar o inimigo, mas, com o fim dos conflitos, as indústrias estavam livres para revolucionar a produção de alimentos, de roupas, de meios de transporte e outras atividades.
Arsenal caseiroVários aparelhos do lar nasceram nos conflitos do século 20
Forno de microondas
INVENTOR - Percy Spencer
PAÍS - Estados Unidos
GUERRA EM QUE SURGIU - Guerra fria (1945-1991)
Quando a Segunda Guerra estava no fim, um funcionário da fornecedora militar Raytheon, o engenheiro Percy Spencer, notou que um chocolate em seu bolso derreteu quando ele inspecionava magnétrons, componentes usados em radares. Deduzindo que a meleca havia sido causada pelo calor gerado pelos magnétrons, Percy criou um aparelho para aquecer comida usando esse princípio. A Raytheon comprou a idéia e lançou o microondas.
CURIOSIDADE - O primeiro microondas pesava 340 quilos e custava de 2 mil a 3 mil dólares!
Chocolate M&M'S
INVENTOR - Forrest Edward Mars
PAÍS - Espanha / Estados Unidos
GUERRA EM QUE SURGIU - Guerra Civil Espanhola (1936-1939)
O empresário americano Forrest Mars ficou sabendo que tropas da Guerra Civil Espanhola comiam pelotas de chocolate envolvidas numa casca dura açucarada, que impedia o calor de derreter a guloseima. Inspirado na idéia, Mars criou os confeitos M&M’s, nome originado das iniciais dos sobrenomes de Mars e de seu sócio, Bruce Murrie.
CURIOSIDADE - Em 1941, o produto já estava no mercado, mas ganhou impulso quando o Exército americano passou a incluir os M&M’s na ração dos soldados que foram à Segunda Guerra. Em 1948, a embalagem de cartolina foi trocada pelo saquinho plástico que conhecemos hoje.
Panela de teflon
INVENTOR - Roy J. Plunkett
PAÍS - Estados Unidos
GUERRA EM QUE SURGIU - Segunda Guerra (1939-1945)
Em 1938, o químico Roy Plunkett realizava experiências com gases para refrigeração. Por acaso, uma amostra virou uma substância pegajosa, em que quase nada grudava. Em 1945, a invenção recebeu o nome de teflon. Os primeiros usuários do novo produto foram os militares americanos, que aplicaram o teflon para revestir tubos e vedações na produção de material radioativo para a primeira bomba atômica.
CURIOSIDADE - Depois do fim da Segunda Guerra, a empresa em que Plunkett trabalhava encontrou diversas aplicações para o teflon, como o revestimento não adesivo para panelas.
Leite condensado
INVENTOR - Gail Borden
PAÍS - Estados Unidos
GUERRA EM QUE SURGIU - Guerra de Secessão (1861-1865)
Procurando uma forma de prolongar o armazenamento do leite, reduzir seu volume e contornar a falta de refrigeração, o inventor americano Gail Borden patenteou um método para fabricar leite condensado em 1856. A novidade ficou meio esquecida até o início da Guerra de Secessão, quando o exército dos estados do Norte incluiu o produto na ração das tropas, comprando grande quantidade de leite condensado.
CURIOSIDADE - Quando voltavam para casa de licença, os soldados contavam às famílias sobre o novo tipo de leite. O produto bombou tanto que a fábrica de Borden mal conseguia atender às encomendas.
Computador
INVENTOR - Engenheiros da Universidade da Pensilvânia
PAÍS - Estados Unidos
GUERRA EM QUE SURGIU - Guerra fria (1945-1991)
O primeiro computador, chamado de Eniac, surgiu nos Estados Unidos. Projetado para o Exército americano, o aparelho servia para ajudar nos cálculos de artilharia. O bichão ficou pronto em 1946 e ajudou nos cálculos para construir a bomba de hidrogênio, testada pelos Estados Unidos em 1952.
CURIOSIDADE - A máquina tinha mais de 2 metros de altura e ocupava uma área de 15 por 9 metros - algo como um armário gigante. Custou em torno de 400 mil dólares.
Margarina
INVENTOR -Hippolyte Mège-Mouriès
PAÍS - França
GUERRA EM QUE SURGIU - Guerra Franco-Prussiana (1870-1871)
Na década de 1860, o imperador francês Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, ofereceu um prêmio a quem descobrisse uma alternativa barata para a manteiga - na época, um produto caro e escasso. Até hoje os historiadores discutem se o imperador fez isso para facilitar a vida dos franceses pobres ou para abastecer suas forças armadas, às vésperas da Guerra Franco-Prussiana.
CURIOSIDADE - Seja como for, o químico Mège-Mouriès apresentou a margarina, em 1869, levando o prêmio de Napoleão III.

sábado, 5 de novembro de 2011

Por que a vodca não congela no freezer?



           Porque a temperatura necessária para fazer a bebida congelar fica um pouco abaixo dos 20 ºC negativos, a temperatura que um freezer costuma ter. Como isso é possível? Simples: graças ao baixíssimo ponto de congelamento do álcool etílico: 117 ºC negativos. A vodca contém entre 40% e 55% de álcool e essa quantidade é mais que suficiente para que a bebida suporte o frio do congelador sem sair do estado líquido. Mas o álcool não trabalha sozinho. "A vodca contém substâncias, como sais, que também reduzem seu ponto de congelamento", diz o químico Flávio Maron Vichi, da USP. O que os sais fazem é aumentar o grau de desordem nas ligações das moléculas das Smirnoffs e Stolichnayas da vida. Isso deixa o líquido mais longe do congelamento, no qual atingiria o estado mais ordenado de todos: o sólido.
          Para congelar uma substância bagunçada pelos sais é preciso retirar mais energia dela. "Retirar mais energia", em português claro, significa ter que baixar ainda mais a temperatura. Em outras bebidas que têm uma quantidade de álcool e sais parecida com a da vodca, como o uísque ou o conhaque, o processo é o mesmo. A diferença é que não os colocamos no freezer por costume. O hábito de fazer isso com a vodca se deve à natureza da bebida. A temperatura baixa impede que a gente sinta o sabor do destilado. E a graça da vodca é justamente ter o gosto mais neutro possível.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que há no centro da Lua?



         O mais provável é que seja ferro, como no centro da Terra - mas com uma diferença: o núcleo lunar é proporcionalmente bem menor, correspondendo a apenas 2% da massa do satélite. (Para ter uma idéia, o do nosso planeta equivale a 30%.) Claro que nenhuma sonda perfurou a Lua para nos trazer essa informação lá do fundo. "São os dados sobre o seu campo gravitacional que nos dão 90% de certeza de que seu núcleo é formado por um metal denso. No caso, ferro puro ou misturado com enxofre", diz o geofísico Lon Hood, da Universidade do Arizona, Estados Unidos, responsável por algumas das mais recentes investigações sobre o assunto para a Nasa. Mas para que serviria vasculhar o centro da Lua? Simplesmente para solucionar um mistério astronômico bem maior: a própria origem do nosso satélite.
          Se ele tivesse nascido junto com a Terra - da mesma nuvem de matéria, como reza uma das teorias sobre o assunto -, seus núcleos deveriam ter a mesma proporção de ferro. Mas já descobrimos que isso não acontece. Assim, fica reforçada outra tese: a de que a Lua surgiu de estilhaços da Terra. Nosso planeta teria sido atingido em cheio por um objeto maior do que Marte (!), há cerca de quatro bilhões de anos. A gigantesca nuvem de poeira levantada pelo desastre teria se aglutinado, formando o satélite. Como o grosso desse pó seria das partes mais superficiais da Terra, que contêm pouco ferro, ficaria esclarecida a razão de a Lua ser tão pobre nesse metal.